quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sucesso versus Evolução





Hã?!


Ter sucesso impede que haja verdadeira evolução?

Então mas não é necessário evoluir-se para se ter sucesso?

Sucesso e evolução não são como duas faces da mesma moeda?

Não.

E quanto mais cedo perceberes este conceito, melhor.

Presta bem atenção pois não é dos mais fáceis, mas é dos mais importantes...

Sim, é verdade: para se ter sucesso tem-se de evoluir... mas não se tem de subir de nível de consciência.

Porque achas que tantos seres humanos não íntegros e imaturos têm sucesso, são ricos e famosos...?

Eles sem dúvida que são excelentes na sua área de atividade. Evoluiram nessa linha, ou capacidade. Mas como ser humano... ficaram na mesma.

No fundo você já sabe isto... mas hoje vais aprender o verdadeiro porquê e a verbalizá-lo.

Vamos começar pelo princípio:

A sociedade atual, a maior parte dos seres humanos, estão num nível de consciência que não é o mais elevado conhecido.

Vamos supor, para simplificar a nossa conversa, que existem 7 níveis de consciência, e que o 7º é o mais elevado conhecido.

A sociedade está no 4º ou 5º. Sim, a maior parte dos seres humanos estão no nível 4 e 5... tipo, mais ou menos a meio. O que não tem mal nenhum, mas é a verdadeira causa de todos os seus problemas e sofrimentos.

Mas espera que isto ainda vai melhorar: o nível 4 e 5 não têm absolutamente nada de espiritual ou transpessoal.

ZERO!

Amor? Impossível de experienciar nesses níveis. Sexo sim, é fácil. Até as girafas e os hipopótamos sabem o que isso é. Intimidade física sim. Validação e atenção exterior sim. Sacar energia aos outros sim. Sentir-se preenchido com a energia dos outros sim.

Amor não. Nunca. Jamais. E mesmo que apareça à sua frente alguém desse nível de consciência, as pessoas do 4 e 5 não o conseguem reconhecer. E o que acontece? Deixam desaparecer a única pessoa que as poderia de fato fazer Felizes. E depois voltam às relações em série, superficiais, de encontros mínimamente estragados que sobrevivem algum tempo, nas quais o melhorzito que experienciam é o sexo.

É saltar de parceiro errado em parceiro errado constantemente, até se aperceberem “este não”, ficarem desiludidas/desmotivadas, e acabarem mais uma relação insatisfatória.

É o reino do ego humano, do eu separado, e não é nada agradável interiormente. É como viver num labirinto de chamas em busca da saída, indo sendo queimado pelas paredes flamejantes... quando a saída não está no exterior ou no que lá possa ser encontrado, mas sim no interior.

E o melhor de tudo: ninguém tem de procurar a saída. Não é esse o propósito.

Aviso: procurar a saída não é o objetivo. Ninguém tem de sair.

Voltando ao tema do post...

As pessoas dos níveis 4 e 5 só conseguem apreciar o que a consciência dos níveis 4 e 5 lhes permite.

Surgindo à sua frente algo do nível 6 ou 7, vêem-no como estranho e não gostam, apesar de na verdade ser mais evoluído e muito mais estimulante, intenso e completo.

Então o que significa ter sucesso?

Ter uma grande quantidade de resultados positivos em determinada área ou áreas.

Logo é fazer-se algo que a maioria consegue apreciar e achar bom. Que estimula e atrai a maioria, ou grande parte, das pessoas.

E se a maioria das pessoas está no nível 4 e 5, achas que se fizeres algo dos níveis 6 e 7 vais ter sucesso, ser rico e famoso?

Não.

Porque a maioria não tem capacidade para apreciar isso.

Estamos na era do entretenimento. Dos prazeres rápidos. Da gratificação a curto prazo. Dos estímulos sem significado profundo. Das relações superficiais fast-food sem Amor.

É a era do entretenimento glorificado. O entretenimento em si não tem absolutamente nada de errado, mas só entretenimento é muito insuficiente. Quase que dá vontade de rir.

O dinheiro que se gasta em entretenimento quando nada mais é do que um mero estímulo exterior passageiro, temporário, que depois desaparece e deixa-nos na mesma, tal e qual como estávamos antes.

Eu adoro entretenimento, música, cinema, festas... mas é importante estar-se consciente de que ele pouco ou nada pode fazer por nós, e que não nos devemos perder nele nem depender dele.

O conceito aqui é muito simples: se queres ter sucesso, ou seja, ter milhares ou milhões de fãs a comprar o que fazes, e ficar assim milionário e famoso, tens de criar algo que a maioria das pessoas consiga apreciar e assim possa gostar e sentir-se motivada a comprar.

E se a grande maioria das pessoas (90%) estão no nível 5 e abaixo dele, para teres sucesso tens de fazer algo que esses 90% consigam apreciar. Logo enquanto estás a fazer isso, nem você esta a subir de nível de consciência, nem as pessoas que estão a consumir o teu trabalho estão a subir de nível de consciência.

Fica tudo encravado.

O Michael Jackson teve sucesso pois fazia algo que a maior parte das pessoas gostava. Entretia com a sua música e forma de dançar... mas basta saber um pouco da sua vida pessoal para perceber logo que o nível de consciência dele não era lá grande coisa. Um grande artista, sim. Mas de resto mais um preso a sofrer no nível de consciência do ego humano, do eu separado.

E quem diz o Michael Jackson diz qualquer outra vedeta ou estrela. Seja da música, cinema, esporte, etc.

Atrai as multidões pois está ao nível das multidões. Não está a ajudar as multidões a evoluir... apenas a sentir-se bem temporáriamente.

Não as está a puxar para cima... apenas a distraí-las do que as rodeia. Até dos seus próprios pensamentos.

E as multidões jamais se sentirão atraídas por algo de níveis de consciência acima dos seus, pois não tem capacidade para apreciar, compreender ou gostar. É impossível. É quase como tentar gostar de poesia escrita numa linguagem que não se conhece.

E é importante perceber isto:

As multidões não estão atrasadas. Elas não são estúpidas nem burras. Elas estão no seu tempo. O que acontece é que há uma minoria de seres humanos que explora o seu potencial e consciência ao máximo, e descobre novas formas de estar e participar no mundo, mais globais, mais poderosas... e essa minoria fica à frente do seu tempo.

Essa minoria ajuda o Todo a subir de nível de consciência mais rápido. Ajuda a acelerar o processo. Mas tão cedo não haverão estádios de futebol cheios de pessoas interessadas em subir de nível de consciência. Se houver entretenimento é possível... mas só desenvolvimento humano por si, nesta era é impossível.

Ninguém tem de evoluir ou subir de nível de consciência. Isto não se trata de um dever. O Todo está sempre a desenvolver-se naturalmente, tem oscilações em que por vezes encrava ou dá um passo atrás, mas corrige-se e continua em frente.

Evoluindo surgem mais emoções positivas e mais consciência para uma vida melhor, mas isso não é obrigatório.

Não há nada de errado nos níveis 4 e 5. Eles são importantes e todos passamos por eles. Todos quando nascemos começamos pelo 1. Depois uns sobem mais rápido e outros mais lentamente, mas para se chegar ao 7 ou 8 todos temos de passar pelo 1, 2, 3, 4, 5 e 6. É impossível saltar níveis, isso seria como um prédio sem um andar a meio, ou uma escada sem um degrau a meio. O nível 2 só existe porque a pessoa evoluiu no 1 e integrou em si o 1.

O sucesso nem sempre impede que haja verdadeira evolução. Pode haver exceções.

Mas se ter sucesso é algo reconhecido pela maioria, que surge por opinião e apreciação da maioria, e se a maioria está num nível 4 ou 5, então trazer algo de um nível 6 ou 7, que ela não compreende, não a vai estimular nem atrair. Logo não será possível ter sucesso. Pode-se ser muito bom nisso, mas só uma minoria irá conseguir apreciar. Jamais se será famoso como uma estrela de cinema, música ou esporte e dificilmente se será rico. Não é impossível, mas é mesmo muito díficil.

E a razão pela qual não há verdadeira evolução (subida de nível de consciência), é porque escolhendo o caminho do sucesso (agradar à maioria), vai-se ter de fazer algo que a maioria gosta, que está ao seu nível. Logo não se vai estar a ajudar a maioria a subir de nível de consciência, e enquanto se está a fazer isso, nós próprios não estaremos a subir de nível de consciência. Estaremos a ser uma espécie de campeões do nível de consciência atual (4 ou 5).

Seja em quantidade de dinheiro, vendas, fãs, parceiros sexuais, títulos, etc, para termos sucesso em determinada área em determinada era, temos de nos adaptar ao nível de consciência atual.

Se queremos quantidade temos de nos tornar em algo que a maioria deseja. Logo estamos a adaptarmo-nos a um nível de consciência médio que não é o mais elevado conhecido. Não estaremos a evoluir. E fazendo isso também não estaremos a ajudar o Todo ou os outros a evoluir, porque ao estarem conosco vão experienciar mais do mesmo, somos como eles com o mesmo tipo de desafios, problemas, limitações, sofrimento, etc.

Um exemplo muito prático e fácil de compreender:

Na vida amorosa. Compreendendo como a maior parte das pessoas do sexo oposto funcionam e o que elas desejam, pode-se conseguir uma enorme quantidade de opções e parceiros sexuais ou íntimos em série.

Só que quantidade não é qualidade. E se a maior parte está num nível de consciência mais baixo, jamais se poderá ter uma relação íntima extraordinária. Tem-se quantidade de opções, mas nenhuma delas jamais terá o que é preciso para depois se ter algo mesmo extraordinário, em que há de fato Amor, diversão, intimidade, fascínio, respeito, etc. Será sempre incompleto, nunca terá profundidade, será sempre apenas uma questão de tempo até um dos dois se fartar e nem querer depois o outro como amigo.

Podes-te adaptar à maioria, a como a maioria é, e ter quantidade de resultados e opções, mas vai sempre haver um vazio, uma desmotivação, uma insatisfação. Irás saltar de parceiro em parceiro, relação em relação, pseudo-intimidade em pseudo-intimidade, a acreditar cada vez menos no sexo oposto, cada vez mais revoltado e de pé atrás, a achar que são todos iguais, e condenas-te a ti próprio a uma vida amorosa miserável que nada mais é do que uma série de pessoas sem capacidade de Amar, que só quiseram obter algo de ti. Seja sexo, curtição, validação, atenção especial, dinheiro, favores, etc.

Mas há uma minoria com quem tudo é diferente. Uma minoria com quem podes de fato finalmente saber o que é Amor e intimidade a sério. O que é uma ligação autêntica e estimulante a sério sem os jogos imaturos de manipulação que é o melhorzito que o pobre ego consegue fazer. O que são belos momentos e experiências especiais partilhadas, intensificadas e amplificadas.

Aí sim, a beleza da vida rodeia-te. Mas para lá chegar há decisões difíceis a tomar. Não é fácil, porque tens de te desenvolver e ao mesmo tempo procurar essas pessoas de um nível de consciência mais elevado.

Muito provavelmente uma delas já se cruzou contigo, já falou contigo, já esteve contigo e partilhou contigo momentos...

...e tu nem sequer te apercebeu disto, e ela seguiu o seu caminho e desapareceu.

Não faz mal. Continuas a ser um Ser espectacular! E tens hoje mais uma oportunidade.

Vai levar o seu tempo.

Mas tu és capaz...

Eu sei.

Conseguirás romper a barreira da superficialidade social.

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