NA
BATALHA CONTRA O MAL
- INTRODUÇÃO
Quando ouço a palavra
batalha penso logo em um campo de guerra. Esta é a imagem que vem a
minha cabeça. O campo de guerra que imagino é florido de soldados
feridos, caídos, gritando e gemendo com chuvas tempestivas de bombas
e barulhos de explosões que são ensurdercedores. Mas a experiência
mostra que as vezes o campo de batalha espiritual mostra-se muito
diferente de um campo de batalha militar. Há, é claro, muitas
semelhanças, mas não quero enfatizá-la por este motivo mesmo, de
ser semelhante, quero expor as diferenças, pois é a diferença,
neste caso, que faz toda a diferença.
Há muitas diferenças,
as vezes esquecemos que o demonio possuem estratégias, veja bem que
não digo, estratégia e sim estratégias, ou seja ele possui várias
estratégias. A experiência prova que em diversos casos um ataque
declarado do inimigo irá deixar o atacado em posição de alerta,
deste modo, o demonio não terá muita condição de vencer. Deste
modo o ataque que deve se esperar é o ataque silencioso e tranquilo.
É o ataque que não se parece com ataque. É o soco que se parece
com um afago. É a ferida que se parece com carinho. É o jogo do
parece mais não é. O demonio possui a arte do teatro. Ele atua de
forma formidável. O demonio, em ultima analise é um artista. Ele
sabe atuar e o seu palco é o mundo. Neste sentido, ele faz com que
entremos em sua peça e viemos a ser o ator que não sabe que está
atuando. Porém a atuação do demonio não se dá de forma lúdica,
mas si real e concreta, os efeitos desta peça, podem se tornar
eternas e irreverssíveis.
- MINHA BATALHA
O demonio colocou-me no
palco de sua atuação e me deu um papel que não queria. No final do
espetáculo, sempre chegaremos a esta conclusão. Todo papel que
recebemos, é grandioso, no inicio e deplorável no final. O demonio
gosta de trabalhar em etapas, seu espetáculo e feito com roteiros
que possuem processos e fases. As fases podem ser divididas assim:
“meio – inicio – fim” ou assim “bom – exelente – ruim”.
É lógico que esta perspectiva é para quem atua sem saber, para a
vítima. O esquema para o próprio demonio é outro que não irei
esboçar aqui.
O demonio gosta de
iludir, a mim ele iludiu. Primeiro ele me fez pensar que possuia uma
vida de merda. Uma vida chata e sem emoções. Veja o esquema, para
dizer que o caminho dele é melhor é preciso que eu me convença que
o meu caminho é ruim. Sendo assim, ele me mostrou o quanto a minha
vida era chata e sem emoções. Ele quer despertar emoções. Quando
as emoções afloram o pensamento é miguado. Quando as emoções são
prioridades a sobriedade corre risco. Desta forma ele coloca a
sobriedade em questão de todos os modos. Esses ataques são sutis e
aparentemente inocentes. Como o demonio não atua sozinho ele usa
pessoas, até mesmo, queridas por nós para tentar aflorar nossas
emoções e nos emburrecer.
Após o emburrecimento
total ele te lasca. Você não ve mais nada. Só acorda quando
estiver estirado no chão e pergunta para quem estiver mais próximo
de você: O que aconteceu? Foi isso que se deu comigo. Cai, levei uma
marretada na cabeça e desmaiei. Um golpe de marreta que parecia
flores. A principio não doeu. A dor é postergada. A dor é adiada,
mas quando chega ele te mata. Mata o corpo e fere a alma. Mata sonhos
e fere o futuro. A marreta do demonio é sinistra. O demonio tem
corpo de mulher e força de homem. Tem encanto de sereia e veneno de
cobra. O demonio tem aparencia de pomba e sutileza de serpente.
O demonio fala sem falar.
Arquiteta sem se deixar notar. O demonio é traiçoeiro ele é
especialista em golpes fatais. De fato ele me pegou de um jeito que
não consigo sair sozinho. Pois, a final, quem pode? Mas digo sem
medo de erra, fica com o diabo quem quer. Como não quero ter o
demonio como companheiro peço a Jesus Cristo para me libertar das
garrras infernais. O maior gosto do demonio é quando ele ver que
conseguiu o que queria. O apetite dele é ver os homens morrerem. Ele
viu minha morte de pé. Sentou, sorriu, deu um sopro de alívio e
gritou: “mais um, consegui”. No inferno foi só glória. O
demonio foi homenageado. Ganhou até medalha de honra. Ganhou a
batalha sem se deixar notar. Uma das características do demonio é
que ele é bem modesto. Não gosta de aparecer. Ele gosta de fazer
com que os homens tenham prazer em aparecer mas, ele mesmo, por
experiência, não gosta mais. Sabe que isso não vale apena. Só no
momento oportuno. E o momento oportuno é o momento da comemoração.
Ele comemorou. Se agachou. Sorriu. Olhou para mim estirado no chão e
disse
“você perdeu”. Ele é covarde, batalhou sem declarar guerra. Isso é convardia. Não disse nada. Só chorei. Não por ter caido, mas por não saber que estava caido. A queda precede o lamento. O choro precede a lucidez.
“você perdeu”. Ele é covarde, batalhou sem declarar guerra. Isso é convardia. Não disse nada. Só chorei. Não por ter caido, mas por não saber que estava caido. A queda precede o lamento. O choro precede a lucidez.
- MEU INIMIGO
Morri. Estou morto. Uma
morte vinda, talvez, em boa hora. Morrer é preciso, morrer é
necessário. As vezes a queda é positiva. Mas não posso tampar o
sol com a peneira, o diabo me marretou. Maldita marreta. Maldita
batalha. Agora sei que estou caido. Morto no campo de batalha e o meu
inimigo é o demonio. Preciso ressucitar.
- LUTAR ATÉ O FIM
se ainda não é o fim, é
preciso lutar, a morte não invalida a guerra. A morte não põe
ponto final a batalha. A ressurreição virá e não tardará. Quem
pensa que o fim chegou se enganou por que ainda nem começou.
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